O. Bran

“Ele é o maior!”, ouvem-se as vozes enlevadas, “Vejo-o artilhado de capacete anti-atrito e calções pele-de-asas, no cume do monte, a aprontar-se para a velocidade do declive. Posto isso, está ainda a minha vista lá em cima e já ele cá em baixo a cumprimentar-me. Como é acelerado! É um sério ciclista, o meu amigo, dou-lhe toda a tarde que comer e beber”. “Ai, que eu nunca vi tamanha rapidez! Até se me levantam as saias na passagem do pedalador”. “Não estranham que nunca o viram subir? E se alguém outro, que não o seu esforço, o põe no topo? Ficam nas mãos de um fingidor; fica vossa pureza manchada e a vossa amizade desmanchada. Como idolatram um ciclista de descidas?!”