terça-feira
Antes o Ontem
A saudade marca-me o passo: um para a frente, outro para trás. Consistente no movimento do tempo, caminho na passadeira rolante, em contra-mão, mantendo-me, assim, no mesmo lugar. Colo-me a um momento de felicidade, maior hoje do que na época em que foi edificado. Preso ao passado, dizem. É uma escolha lusitana, interior, antiquada, mas minha. Peco por relembrar? Deixem-me sentir a idade por instantes, por favor. Sou anónimo, ninguém recordará a minha história; permitam-me, por isso, fazê-lo, agora, neste presente pouco meu, para que obtenha o pequeno espaço de imortalidade da minha juventude, da qual já ninguém se recorda senão eu.