O. Bran

Exímio no disparo. Aponta o indicador no gatilho e a mira no inocente, que em breve será culpado. Acerta em cheio. Atirou-lhe todas as culpas. Chumbou por completo a pobre alma com um só cartucho de injustiça. Esburacado, a sangrar acusações que não lhe eram devidas, foi ao hospital-tribunal. “Será difícil tratar deste caso...não havendo provas...o seu criminoso ilibar-se-á”, disseram derrotados uns estagiários da vida.

“Não incrimine o atirador de tê-lo atacado, acuse-o de posse de arma ilegal; assim, por outros motivos, é certo, será punido. Para uma mesma doença há diferentes curas”. Hábil, o aviso do sábio juiz-médico, com caligrafia recta, como a de Deus nas linhas tortas.