terça-feira

Cabeça de Ar

Quando se lhe aqueciam os pensamentos, a cabeça convertia-se em balão e o seu corpo, o cesto, acompanhava-o passivo pelo céu utópico. Contudo, houvesse um só momento de arrefecimento na euforia e olhasse para baixo, de imediato, congelavam-se-lhe as ideias. As rajadas glaciares que se inseriam na sua cabeça faziam-no descer abruptamente à escura, silenciosa e subterrânea depressão.
Queria viver à temperatura ambiente, caminhando apenas com o seu peso real. Mmmm…na verdade talvez preferisse pensar morno, naquele limbo em que os pés, parecendo no chão, não o estão. Observando com proximidade, nota-se que ele não caminha: movimenta-se levitando.

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