terça-feira
Doença: Consciência
Tenho uma dor. Uma pequena serpente cujo ninho é na cabeça e que se vai estendendo pela garganta até atingir o estômago. Regressa, crescendo, pelos pulmões. Arrisco a uma doença física, com mil medicamentos que me adormecem e me descansam de preocupações mais profundas. A saúde acaba quando a minha falsidade começa. Já sei que assim me arranjo. A dura vida, como dizem ser (em vozes de aviso que me ensurdecem a generosidade), fortalece os maqueiros da minha consciência. Cada vez carregam mais peso numa obsessiva tendência pelo ginásio do egoísmo. Enfermeiros culturistas que enrijecem a sua vaidade e atrofiam o coração.