terça-feira
A Gorjeta
Após a refeição, uma gorjeta! “Eia! Que boa recompensa; por certo pela simpatia.” Noutra visita, outro brinde, superior ao anterior. “Como é atencioso este cliente; melhores os tratamentos, maiores as alvíssaras”, reflecte o criado, providenciando um vinho a preço de chuva. O dono do restaurante compreenderia esta acção: “fidelizar o cliente...”. Nova vinda do comprador e a gorjeta, mais do que generosidade, era um esbanjamento. O empregado, embaraçado, liberta o freguês do pagamento da refeição mas guarda, claro, a bonificação, enganando abertamente o patrão. É apanhado, despedido e preso. Reza na cela: “as gorjetas têm uma natureza anã; se por anormalidade crescerem, converter-se-ão em subornos criminosos.”