terça-feira

Nomes

- E ela? Como se chama?
- Não sei. Parece que nunca teve um nome. Chamam-na pelo aspecto “ó menina da saia branca”, pelo afecto “Minha Querida!”, pela posição “ao quadro aluna nº 5” ou pela região “Ei, aveirense!”. Aos inquéritos respondia de acordo com o propósito daqueles: para um questionário de emprego assinava “trabalhadora”, num cupão de sorteio escrevia “felizarda”, numa ficha de médico registava-se como “paciente”.
- Uma rapariga pragmática, devo dizê-lo. De facto, um nome é absurdamente inútil: não indica posição cultural, profissional ou social. “José” posse ser utilizado num D. José I” ou num Zé-Ninguém. O nome é um detalhe facultativo para quem quer apresentar um título.

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