terça-feira
O Mapa
Aponto o dedo no mapa. Primeiro vou à minha procura em locais mais conhecidos, pelos quais já tenha passado ou estudado. Como não me encontro inteiramente nesses vou progredindo para os outros, locais menos conhecidos, terras acerca das quais eu tenho apenas a ligeira ideia de que existem, sem que as tenha devidamente explorado. Ainda não me vejo. Continuo a caminhar, caminhar, caminhar. Pelo total desconhecido. Viajo, viajo, viajo e não me encontro. Paro. Sedentarizo-me e desenvolvo. Faço crescer uma pequena localidade: a vida que eu gosto e a vida que eu quero (imaginam como é difícil edificar e gerir um povoado com todas as minhas estranhas e conflituosas personalidades?). E ali estou eu. Afinal, eu não estava no mapa inicial, no qual me procurava incessantemente. Comecei a construir-me e só agora me cartografei. Quando eu olho para o mapa vejo-me e reconheço-me e não me perco mais.