terça-feira

O Refúgio

No refúgio eu conheço-me, todos me conhecem. Ali, há uma atitude ideal, por isso incorrecta e incompatível com o universo que se quer a funcionar uniformemente.
Não nos julgam, descrevem-nos. As minhas, as nossas características não são adjectivadas. O “bom” e o “mau” unem-se sem fricção – são definições tão estranhas para mim, para nós, como para a gota de água que ignora se viverá isolada, numa pétala, ou em conjunto, numa inundação.
As conversas, interiores ou bocais, seguem sem prepotência, sem sobreposições, sem outros interesses que não o da narrativa. É a aprendizagem através da constatação, exercício difícil como o do médico que tem de descortinar a doença por sintomas comuns a muitas.
E em qualquer parte, dentro ou fora de nós mesmos, buscaremos um refúgio. E encontrámo-lo naquele só sítio onde sabemos quem somos.

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