terça-feira

O Sábio sabe-o

Ele já não existe bem por ele. Agora, é uma entidade. Absorve as ideias dos outros, tem as suas. Depois disso, tem as histórias dos outros, tem as suas. Das tantas vidas que já lhe passaram pelos olhos, pelos ouvidos e pelas mãos foi retirando para a sua um pouco de cada uma daquelas. Retém e relembra recortes, expele e expõe-nos em contos. Os actos corriqueiros da vida entusiasmam-no, não o aborrecem. Um movimento monótono dá nova perspectiva: vê-se o mesmo que já se vira com a experiência que não se tinha. Defende que uma re-visão é um par de lentes adicional que torna mais nítida a missão do nosso ser no mundo. Ataca tanto os que romantizam a saudade como os que romantizam o sonho, concluindo: “Pior que a saudade do que se viveu é a saudade do que se sonhou.”

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