terça-feira

A Pesca

Ao longe, no molhe, avistam-se silhuetas humanas e linhas a debruçarem-se na diagonal sobre a água. Pescadores. O peixe que não morde, o vento a chocalhar com violência o mar, a rocha escorregadia, o vizinho a açambarcar a pescaria, a lua nova, vazia de luz e a espera, a eterna espera. A pesca parece é enfadonha e quem dela quiser dar pior imagem, apelida-a de cruel para os animais. O homem não procura dor, mas prazer. O prazer do peixe engatado, o do silêncio, o da temporária solidão, o da contemplação das ondas, o da camaradagem e até o da ciência – ou não a é o conhecimento de tabelas lunares e de marés e de técnicas e instrumentos?

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