terça-feira

Pára-Arranca

Se o quotidiano acelera, a poesia trava. Com pressas e propósitos vejo numa maçã um mecânico quebranto da fome; não concebo a felicidade que o agricultor amador obteve quando a viu, ainda em rebento. Se o romantismo se adianta, as alegrias escondidas do meu dia-a-dia esboroam-se: terei de ver numa migalha um pão e numa gota um copo de leite. Não consigo ter pacatez e pressão num minuto e no seguinte. Em que pé deverei ficar? No pé ante pé; ir indo, passo a passo, atento simultaneamente ao percurso e às suas margens. E a que velocidade deverei caminhar? Com a suficiente para chegar aos sonhos e a moderada para não passar por eles sem vê-los.

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