terça-feira

Prensa Musical

Despertei a ouvir música. Desconhecia a sua proveniência, mas agradeci ao intérprete. Não vinha aquela por meios eléctricos; era criada no momento como uma boa refeição quente.
Os barulhos banais que se sobrepuseram, dos pneus no alcatrão, das sirenes das fábricas, das vozes dos locutores, dos tilintares dos talheres, asfixiaram o deleitoso som matinal.
À noite, veio de novo o violino. Entoava uma harmonia amorosa, tão a despropósito para com a azáfama azeda, diurna.
Ironicamente, o meu dia de longas horas fora prensado, até ao seu desaparecimento, por aqueles dois curtos momentos: a música que me acordara e a que me adormecera.

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