terça-feira

Queixinhas

Fora habituado a ser homem, barbudo e sem lágrimas. Sem se queixar nem reclamar. As injustiças sempre as resolveu com caneladas e murraças. Quando chegou a adulto apercebeu-se que já não podia esmorraçar tão facilmente quem o enganasse – a expressão “agressões físicas” reflectia escândalo; se espancasse alguém deixava de ser visto como rei do recreio, tornando-se num troglodita sem civismo. A justiça pelos próprios punhos era mais veloz mas a verdade do martelo do juiz era mais pesada. Verificou que se acusasse os mentirosos e aldrabões se fazia mais justiça para ele e para os outros. Vem a vida e diz “para não seres tão enganado e vexado porta-te como aqueles que tanto gozavas e em quem tanto batias: os queixinhas.”

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