terça-feira

Racista Daltónico

Umas piadas na escola, uns encostos de ombro num passeio estreito, uns pontapés num jogo, umas navalhadas numa noite. Pessoas de outra pele não são pessoas, assim dizia, assim vivia...até ao dia...Piscou os olhos e viu o arco íris em sete cinzentos, esfregou os olhos e apareceu o céu esverdeado, esbugalhou os olhos e os homens ficaram azuis. As cores, que lhe decidiam as relações humanas, nelas já não podia confiar. As cores trocava-as sem ordem, perdia-as sem contar, recuperava-as sem prever. Desorientara-se: um branco bem poderia ser um vermelho e um amarelo ser um preto. Na dúvida, que era constante, em saber se o ser à sua frente era inferior ou da sua cor, feria-o e humilhava--o. Não discriminava ninguém nos seus maus tratos. Agora, para ele todos eram iguais.

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