terça-feira

Resignação

Compinchas dos dias idos, “os tempos do pão duro”, passados no convés pesqueiro. Falavam, recordavam, reinventavam, recoloriam os mesmos mares, os mesmos portos, as mesmas peripécias, as mesmas personagens. Quando terminavam as narrações das antigas histórias o silêncio passava a gerir a conversa - os hojes deles eram uma consumação dos ontens. Esta observação foi, numa tarde aberta e clara, partilhada e relatada: “Reviver o passado no presente é matar os dois, não é?”. “Sim”, e adianta metaforicamente, “é colar cinzas para refazer a árvore”. O amanhã conjunto desta amizade, concluíram, seria um fruto com travo a requentado.
“Ganhei um amigo para reviver, perdi um para conviver “, abraçou o primeiro, “Ganhei um amigo do passado, perdi um do futuro”, aceitou o segundo.

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