terça-feira

Semáforo Surrealista

Ia a atravessar, mas contive-me. Um homem esquisito, na margem oposta, ficava vermelho de fúria e mirava-me fulminante sempre que eu tirava um pé do passeio e o punha no paralelo. O tipo ali parado, a olhar bem de cima para baixo, esperava-me. Tinha as mãos perto do coldre, prestes a espetar-me um tiro, caso o desrespeitasse. Aguentei. Aguardei que o pastor, vestido de verde, tocasse a sua buzina intermitente. Logo depois percebi que era o sinal que ele dava à zebra para que ela, até então deitada, se erguesse, comigo no seu dorso, e me transportasse até ao outro lado da rua.

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