sexta-feira
Tantampouco Tempo
O tempo é uma moeda com um câmbio muito volátil, nada valendo numa sala de espera e sendo diamante na véspera do exame.
Tem, contudo, no longo prazo, tendência para apreciar. Diz-se que valoriza por ele próprio: quanto mais velhos somos, i.e., quanto mais tempo temos, mais o queremos e, daí, ele ser mais valioso. Talvez por isso, e numa prática inconsciente, o idoso tenha tendência a dormir menos? O tempo não é, na verdade, uma moeda porque não se pode guardar para utilização posterior. O tempo é uma matéria gasosa que, trabalhada, origina uma matéria sólida, a experiência, essa sim, moeda e preciosa.