quinta-feira

Assalto Consentido

Eu de beijo dado, dos que deixam rasto de língua de caracol e contornam o pescoço, do pomo-de-eva até à nuca; ela a desferir-me um contragolpe glaciar de um beijinho numa face que trespassa até ao outro lado da cara sem acertar nos lábios. A minha boca olhava para as bochechas com ciúme. A sua boca, de cieiro, dizia não poder chuuaacc. Eu a arquitectar, em exclusivo e à medida, uma carícia; ela a dar-me um cumprimento mais frio que os apertos de mão de alguns homens. Á socapa, rapinei-lhe um chocho. Vinha em formol - intacto, mas morto. Essa figura de “beijo roubado” só existe para quem quer ser assaltado.

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