sexta-feira

Cemitério de Vida

Ao passar, pouco antes das nove da manhã, em frente ao cemitério, observo umas dez pessoas, com pétalas e pólens nas mãos, à espera que os portões abram. Ali via, sem metáforas nem rimas, a verdadeira literatura, a genuína poesia. Naquele espaço associado, ao longe, à tristeza, estava toda a devoção romântica de um ser que ama outro para além da morte – sem promessas nem exageros provocados por paixões extemporâneas. Ao passear, pouco depois das nove da manhã, dentro do cemitério, reconheço que as relações fugidias vão para a vala comum do esquecimento; as duradouras descansam numa sepultura exclusiva e eterna e de flores frescas, cheias de vida.

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