sexta-feira

Gripe Mundial

Hoje o meu pescoço segura uma cachola com dores, na zona da Rússia, que têm tendências expansionistas. As correntes de má disposição são velozes a deslocarem-se na minha cabeça em água. No Hemisfério da Nova Zelândia, em Inverno austral, há mais frio no meu queixo que fogo na terra a sul da Argentina; a norte, o Verão boreal da doença ferve-me a testa. Pela sua cor vermelha, vê-se que os grandes lagos dos olhos gémeos estão poluídos por um vírus; o himalaia do meu nariz, mesmo sem origem vulcânica, expulsa uma lava verde, venenosa, que queima e desidrata a planície onde deveria estar uma pradaria de bigode; nos lábios, áridos e desertos, não cresce flor de sensualidade nem cor. Esta gripe ameaça o meu crânio, globo em agonia.

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