segunda-feira

Boca do Mundo

A desbocada diz o tudo e diz o nada. Adoro lê-la. Claro que, por vezes, discretamente, avanço umas páginas sem prestar muita atenção às suas palavras. É uma contadora de histórias para quem tem tempo e não sofre de pragmatismos: a noção de resumo é inexistente e, como todas os episódios são relatados com tanto ênfase e enfeitado com tanto pormenor, o importante e o irrelevante são colocados numa linha plana sem que se distingam. Há quem a maldiga, muitas vezes ela própria. Fala-barato, grafonola, coscuvilheira, beata. Porém eu admiro-a. É que, para além dos méritos da sua memória descritiva, impressiona-me o facto dela, ao narrar tudo com tanto detalhe, não ter dito ainda tudo o que sabe. Se estivéssemos em silêncio, aprenderia mais? Jamais.

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