segunda-feira

Feromona Fraudulenta

De lá para cá vem uma rapariga de vinte anos, vinte anos mais nova, com a beleza irredutível da juventude. Ao passar mesmo a seu lado, ainda mais me embeveci com delicadeza da sua pele. E foi esse o último rasto de formosura que apreciei da moça. À medida que ela se afastava das minhas costas, apercebi-me de que não vinha sozinha. Atrás dela, marchavam uns soldados minorcas mal-encarados e mal cheirosos. O exército envergava espadas banhadas num frasco de perfume barato e, sem condescendência, enfiaram-nas pelas minhas narinas inocentes. Eu, sem um ferreiro – uma constipação ou uma alergia – que construísse uma armadura de ranho para proteger o meu nariz, comecei a sangrar espirros.

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