sexta-feira
Despedimento
Envergava, com brio, a bata da companhia. Dizia, com vaidade, onde trabalhava. Sentia orgulho naquilo que fazia, no seu esforço, no tempo da sua vida dispensado à profissão. Foi despedido. Agora, afinal, às tantas, não era importante para a empresa. Executava com esmero a sua função e era só: não se preocupava com as dos outros. Os outros não se preocupavam com a dele e dispensaram-no. Se os outros eram o patrão, o azar, a economia nacional ou a globalização pouco interessa: seguramente foram seus superiores.
Com o despedimento aprendeu que não há bem que dure sempre; ao desemprego terá de se ensinar que não há mal que nunca acabe.