sexta-feira

Despertar

Nem mais um minuto. Enervava-se de ficar na cama, na ronha, na preguiça, na sonolência, no calor branco e gelhado. Queria sair depressa dali. Andava com medo de dormir, tinha pavor de se deitar. Levantar-se era um alívio de uma noite dolorosa, de maus sonhos, de intempéries interiores. O corpo requeria algum movimento, mas eram os olhos quem gritavam por pessoas e os ouvidos que exigiam conversas. O silêncio do sono arrepiava-a, aterrorizava-a. Preferia passar o dia cansada, mas acompanhada do que solitária e sem sono. Este mal dormir não provinha da balança da consciência, que media os bons e maus actos do quotidiano. O ódio ao sono era o ódio à sua falta de vida.

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