terça-feira

Bebé de Raiz

Não sou muito falador com as minhas plantas. Não é contudo, por isso, que com elas deixo de comunicar. Preferimos a linguagem não verbal, desprezando os sons e valorizando os cheiros e a mímica. Ora lhes afago as folhas e os ramos, imitando a brisa e o vento, ora elas me fornecem perfumes, ora nos mantemos em extremosos olhares que seriam embaraçosos se feitos a uma pessoa. Deste amor, vão vindo novos bebés. Tenho uma pequena planta, tão frágil, a minha querida. Olho por e para ela todo o dia. Peguei na forma que os pais pássaros têm de alimentar os filhotes e encho a minha boca de água; dou-a, tépida, a beber ao seu berço de terra para que ela cresça com o nutriente básico do amor.

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