quinta-feira

Falta de espírito

Sentiu alucinar-se quando teve o instinto de segurar uma garrafa que não estava a cair. Juraria que ela se tinha inclinado sozinha. Mas ela não só não tombou, como ficou de pé. Não considerou a loucura porque se mantinha firme em acreditar que a dita garrafa, depois de oblíqua, não se poderia ter recolocado na sua posição inicial, vertical. Duvidar da força da gravidade seria, metafórica e fisicamente, deixar de ter os pés assentes na terra. Atribuiu o desajuste mental ao cansaço, ao sono, à luz, a outro qualquer método de racionalização que tem impedido o desenvolvimento da imaginação supersticiosa e metafísica e tornando mirrada e enfezada uma parte do seu lado espiritual.

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