quarta-feira

A Armadura

Que raio de homem! Anda numas vestes carnavalescas que lhe escondem a cara e o corpo das suas ideias. Que cinzentão, taciturno e inexpressivo ser. Está dentro de uma armadura de metal, medieval. Deve-se sentir ultra-protegido, contra balas e insectos inimigos. Porém, ao defender-se tão acerrimamente, criou à sua volta um espaço proibido. Afasta os maus, mas afasta os bons, que são mais. Mais: como a vestimenta é pesada, tem dificuldades de locomoção; é lento e ninguém quer por ele esperar. Com o propósito da sua perfeita e cega segurança, o raio do homem fica para trás, sozinho, sem o trovão barulhento da multidão.

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