sábado

O Comercial

A rapariga tinha o sonho tremendo de ter um carro veloz, mas as contas e os números ultrapassavam-na. O comercial disse, no alto da sua sedução verbal, com promessas fáceis e ofertas de valor ínfimo, que pouco custaria. Fecundou-lhe o desejo e ela acedeu, ingenuamente, carregar com uma dívida que, como feto, começa pequena. Pouco mais tarde descobriu que a gravidez era múltipla – várias prestações insustentáveis. Como cobarde que não assumiu a paternidade, o comercial pisgou-se deixando-a com desculpas e dívidas. A moça não fora explicitamente violentada. Enganaram-na dentro de uma lei que não a moral e tanto ela como a culpa ficaram solteiras.


Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Who links to me?